terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A história por trás de uma capa clássica: Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band



























Talvez ele seja o disco mais lendário dos Beatles; teve sua capa copiada centenas de vezes; é frequentemente citado como o melhor e mais influente álbum da história do rock e da música; é rodeado por uma série de lendas…
Lançado em 1º de junho de 1967 na Inglaterra, o álbum foi gravado em apenas 129 dias, que são considerados os mais criativos da história da banda. Inovador desde sua técnica de gravação até a elaboração da capa, o álbum se tornou um clássico.

Mesmo sem tocar nas rádios e sem um forte apelo comercial, o álbum teve 11 milhões de cópias vendidas só nos Estados Unidos. Em 2003, a revista Rolling Stone colocou Sgt. Pepper’s no topo de uma lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

Gravado às véspera do “verão do amor”, no início da era hippie, “Sgt. Pepper’s” rompeu os limites da música pop e conseguiu fazer com que um disco deixasse de ser uma simples reunião de canções para se transformar em uma obra de arte com identidade própria.

Sem o compromisso com viagens e turnês, a banda pôde concentrar e se dedicar totalmente a produção do disco. Com a liberdade criativa entregue a George Martin, a inovação rondava os estúdios de Abbey Road.

“Sgt. Pepper’s” demorou mais de 700 horas para ser gravado e custou cerca de US$ 75 mil, números inéditos naquela época. Apenas quatro anos antes, os Beatles haviam gravado seu primeiro álbum, “Please Please Me”, em um único dia.

A ideia surgiu de Paul McCartney, quem propôs a seus companheiros que se “transformassem em outro grupo” e sugeriu o nome de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” (A Banda do Clube dos Corações Solitários do Sargento Pimenta, em tradução livre), inspirado nas bandas que surgiam nos Estados Unidos naquela época. Paul também foi o grande idealizador da capa.
“Sgt. Pepper’s” não se destacou somente por sua música, mas também pela bela arte da capa e encartes. Feita com uma fotografia de Michael Cooper, com os quatro Beatles vestidos como sargentos diante de uma colagem feita por Peter Blake com vários rostos de pessoas célebres, entre os quais Marilyn Monroe, Marlon Brando, Bob Dylan, Cassius Clay, D.H. Lawrence, Aleister Crowley e até Shirley Temple. Também apareceriam Karl Marx, Gandhi, Hitler e Jesus Cristo, mas foram deixados de fora.

Jesus Cristo não foi incluído por causa da declaração um ano antes de John dizendo que os Beatles eram mais populares que Jesus Cristo; Gandhi foi retirado por receio da gravadora em ofender o mercado indiano. O ator Leo Gorcey teve sua imagem retirada por pedir um pagamento pelo uso da sua imagem. O rosto do ator mexicano Germán Valdés “Tin Tan”(irmão do também consagrado ator Ramón Valdés, o Seu Madruga do seriado Chaves) aparecia na capa, mas ele não autorizou sua exibição na última hora, enviando em seu lugar uma árvore da vida de Metepec (planta tradicional mexicana) que aparece em um canto da capa.

Clique na imagem abaixo e veja quem aparece na capa:

Quem escolheu as figuras presentes na capa?

John Lennon: Algumas das escolhas de John como homenageados na capa foram apenas para ser atrevido. Entre estes podemos citar Mahatma Gandhi, Adolf Hitler, Jesus Cristo e o Marquês de Sade, os dois últimos jamais chegando à arte final. Brigitte Bardot, Lord Buckley, James Joyce e Friedrich Nietzsche também acabariam de fora. Suas opções entre os homenageados presentes são Lenny Bruce, Aleister Crowley, Dylan Thomas, Oscar Wilde, Edgar Allen Poe e Lewis Carroll.

George Harrison: A sua lista só inclui gurus indianos. São eles: Sri Mahavatara Babaji, Sri Yukteswar Giri, Sri Lahiri Mahasaya, e Paramahansa Yogananda.

Ringo Starr: Com seus pensamentos mais voltados para casa, Ringo não se interessou em escolher ninguém para o mural, porém apoiou as escolhas feitas pelos demais.

Paul McCartney: Embora nem todos de sua lista acabassem na arte final, Paul relaciona suas opções como sendo Brigitte Bardot, William Burroughs, Robert Pell, Karlheinz Stockhausen, Aldous Hexley, H.G. Wells, Albert Einstein, Carl Jung, Aubrey Beardsley, Alfred Jarry, Tom Mix, Johnny Weissmuller, Rene Magritte, Tyrone Power, Karl Marx, Richmal Crompton, Dick Barton, Tommy Handley, Albert Stubbins e Fred Astaire.

Peter Blake e Jane Haworth: O casal de artistas contribuiu com a presença de W.C. Fields, Tony Curtis, Dion DiMucci, Bobby Breen, Shirley Temple, Sonny Liston, Johnny Weissmuller, e H.C. Westerman.

Robert Frazer: Entre os homenageados na capa, estão lá por sua escolha: Terry Southern, Wally Berman e Richard Lindner.
Em 2007, o jornal britânico The Independent On Sunday afirmou que o ditador nazista Adolf Hitler estaria escondido na capa, aparecendo em parte entre o baterista Ringo Starr e o atleta e ator Johnny Weissmuller.

Muitos acreditam que a capa contém uma mensagem oculta sobre a suposta morte de Paul McCartney, já que na parte inferior parece haver uma tumba adornada com flores e um contrabaixo também feito de flores com apenas três cordas, o que significaria a falta de um Beatle.
Algumas das lendas mais famosas sobre as possíveis mensagens contidas na capa:

• Vemos quatro figuras de cera dos Beatles, todos tristes olhando para o suposto túmulo de Paul. Ao lado, os verdadeiros Beatles estão todos segurando instrumentos metálicos. Todos menos Paul, que tem em suas mãos um corne inglês, que é um tipo de oboé feito de madeira negra.

• No extremo direito da capa, há a boneca de pano de Shirley Temple vestida com um pullover com os dizeres “Welcome the Rolling Stones”. No seu colo está um carro que simbolizaria o Aston Martin de Paul McCartney, no qual ele havia se acidentado e encontrado seu destino. Há manchas no vestido da boneca que são interpretadas como sendo sangue. Outra dica seria relativa à estatueta de Shiva, Deusa hindu de quatro braços, que estaria apontando sua “mão da morte” para Paul.

• A última dica na capa não está bem à vista. Se você colocar um espelho no bumbo, cortando os dizeres Lonely Hearts exatamente no meio, você poderá ler “One He Die”. Tudo isto quer dizer que Paul está morto? Tem gente que acha que sim.

“Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” foi o primeiro disco vendido com encarte das letras das canções impressas.

Fonte: Som Vinil

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